Os ETFs de Bitcoin à vista nos Estados Unidos enfrentam um cenário de ajuste, com uma sequência de oito dias consecutivos de saídas líquidas, totalizando US$ 3,2 bilhões. Esse movimento, que iguala o recorde negativo desde o lançamento dos fundos, demonstra o atual poder de influência das gestoras de ETFs sobre o mercado, especialmente no caso do Bitcoin.
Gráfico mostra como preço do Bitcoin (linha laranja) segue a tendência das saídas dos ETFs (linha branca). Fonte: SoSoValue
Desde o início de fevereiro, o preço do Bitcoin despencou da faixa de US$ 100 mil para a atual, em torno de US$ 80 mil — patamar semelhante ao registrado em novembro. O Ethereum também recuou 20%, voltando à faixa de US$ 2 mil.
ETFs de Bitcoin registram saídas recorde
De acordo com dados da SoSoValue , os ETFs de Bitcoin registraram apenas quatro dias de entradas líquidas em fevereiro. No acumulado, tiveram uma saída líquida de US$ 3,65 bilhões no período. Além disso, o mês foi marcado por uma sequência de oito dias consecutivos de saídas líquidas, a mais longa desde agosto de 2024, quando os investidores migraram parte do capital dos ETFs de Bitcoin para os recém-lançados ETFs de Ethereum.
Na terça-feira, 25, por exemplo, as saídas líquidas atingiram um recorde diário de US$ 1,14 bilhão, com o IBIT da BlackRock, o maior ETF de Bitcoin por ativos líquidos, registrando uma saída de US$ 418 milhões no dia seguinte.
No entanto, as saídas de quinta-feira, 28, no valor de US$ 275,8 milhões, foram relativamente moderadas em comparação com os dias anteriores. O IBIT liderou novamente as saídas, com US$ 189 milhões. Enquanto isso, o BITB da Bitwise foi o único fundo a registrar entradas líquidas, no valor de US$ 17,6 milhões.
Com isso, o total acumulado de entradas líquidas dos doze principais ETFs de Bitcoin caiu para US$ 36,85 bilhões, o menor nível desde 14 de janeiro. Mesmo com as saídas recordes, esses fundos ainda detêm US$ 94,3 bilhões em Bitcoin, 5,7% de toda capitalização de mercado da criptomoeda.
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Impactos de Washington
As saídas registradas pelos ETFs pode ter relação com as decisões políticas da Casa Branca. Apesar do otimismo inicial trazido por políticas favoráveis ao setor, a gestão Trump optou por implementar uma série de medidas tarifárias controversas, especialmente, contra a China e a União Europeia , que podem impactar a inflação, gerando uma onda de incertezas em todo o mercado.
O índice Nasdaq Composite , por exemplo, perdeu mais de 2,500 pontos em menos de 15 dias. Uma queda similar aconteceu com o S&P 500, que começou o mês em alta, com 6.644 pontos, e vai terminar abaixo dos 5.900 pontos. Até mesmo o Dow Jones, do setor industrial — possivelmente beneficiado pelas tarifas de importação de Trump —, registrou uma queda superior a 1,000 pontos em 28 dias.
Apesar do cenário desafiador, o retorno dos ETFs de Bitcoin aos volumes do início de janeiro indica uma estabilização após um período de alta volatilidade. Enquanto os investidores aguardam as consequências das decisões de Trump, o mercado busca uma base sólida para retomar o crescimento. Nesse contexto, algumas altcoins promissoras surgem com alternativas em meio ao cenário desafiados.
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