Elizabeth Bramson-Boudreau, CEO da MIT Technology Review , defendeu nesta quarta-feira (11) o uso responsável da inteligência artificial como ferramenta de apoio e inovação. Durante painel sobre tendências tecnológicas, ela abordou os impactos da IA na saúde, no meio ambiente e no mercado de trabalho.
A executiva destacou a importância de um desenvolvimento ético para a IA generativa, alertando também para o custo ambiental do avanço dessas tecnologias. Apesar de seu otimismo, ela fez um alerta direto: é preciso se adaptar.
“Não seja a pessoa que tenta colocar a IA para fora do seu lugar de trabalho, seja a pessoa que quer aprender a usar. Porque, se você não for essa pessoa, pode perder seu emprego para alguém que saiba”, afirmou.
Neurolinks e satélites conectam o futuro
Bramson-Boudreau também destacou o potencial de projetos voltados à expansão do acesso à internet como ferramenta de inclusão tecnológica. Citou, por exemplo, a Starlink — empresa de geolocalização e conectividade de Elon Musk — e o Projeto Kuiper, da Amazon.
Em abril, a United Launch Alliance enviou o primeiro satélite da missão KA-01 ao espaço. A equipe pretende lançar um total de 27 satélites para oferecer internet de alta velocidade em qualquer parte do mundo. Segundo Elizabeth, iniciativas desse tipo beneficiam principalmente países com grande extensão territorial e dificuldades de infraestrutura, como o Brasil.
Conexões neurais para restaurar sentidos
Outro tema abordado pela especialista foi o avanço dos dispositivos de interface neural, como os neuro-links — ou chips cerebrais. A Neuralink, também de Elon Musk, já realizou três implantes em humanos.
A Paradromics, outra empresa do setor, concluiu seus primeiros testes em maio. De acordo com a Wired, os implantes foram posicionados em áreas do cérebro relacionadas à audição e visão.
“Essas possibilidades são fantásticas, porque conseguem fazer o cérebro funcionar de uma forma incrível em pessoas que tiveram danos cerebrais ou nasceram com algum tipo de problema”, declarou.
Segundo mandato de Trump preocupa setor tecnológico
À frente da MIT Technology Review desde 2017, Elizabeth comandou a transformação da tradicional revista em uma plataforma digital. No mesmo ano, Donald Trump assumiu seu primeiro mandato como presidente dos Estados Unidos — e, para ela, um possível retorno do ex-presidente representa uma ameaça ao desenvolvimento científico no país.
Além disso, a CEO criticou as políticas de restrição à pesquisa e os bloqueios financeiros impostos por Trump a universidades, com destaque para Harvard como um dos principais alvos.
“Eu disse que era uma pessoa otimista em relação ao futuro, mas esses tempos estão colocando em xeque esse meu otimismo”, afirmou.
Segundo ela, o ex-presidente tem desencorajado o florescimento de ideias e talentos, tanto de imigrantes quanto de jovens americanos, o que compromete a própria função das universidades como centros de inovação.
