Fed enfrenta caminho difícil para cortes de juros, stablecoins não são uma ameaça bancária — Jamie Dimon

Resumo Rápido 

• Jamie Dimon alerta que a inflação persistente pode atrasar os planos do Fed para mais cortes de juros.
• Os mercados esperam mais dois cortes em 2025, apesar da inflação estar acima da meta.
• Dimon descarta as stablecoins como uma ameaça sistêmica, mas afirma que os bancos devem monitorar o setor.

O CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, afirma que a inflação persistente pode atrasar os cortes de juros nos EUA, ao mesmo tempo em que descarta as stablecoins como um grande risco para os bancos.

Cortes do Fed incertos em meio à inflação persistente

O CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, alertou que o Federal Reserve dos EUA terá dificuldade para avançar com cortes nas taxas de juros se a inflação permanecer elevada.

“A inflação parece um pouco presa em 3%. Eu até poderia argumentar que ela pode subir em vez de cair,”

afirmou Dimon à CNBC-TV18 na segunda-feira. Ele observou que, embora espere um “crescimento decente”, futuros cortes deveriam vir da força econômica e não de uma desaceleração causada por recessão.

Seus comentários reduziram o otimismo do mercado, já que os traders haviam precificado até cinco cortes de juros nos próximos 12 meses.

Mercados cripto de olho em movimentos de política

Taxas de juros mais baixas normalmente direcionam capital para ativos de risco como o Bitcoin, que ultrapassou US$ 117.500 na semana passada após o Fed anunciar seu primeiro corte de juros de 2025 — uma redução de 25 pontos-base.

De acordo com dados do CME FedWatch, investidores esperam mais dois cortes este ano, um em outubro e outro em dezembro, embora as projeções do Fed permaneçam bastante divididas. A inflação nos EUA subiu 0,4% em agosto, com a taxa anual atingindo 2,9% — ainda acima da meta de 2% do banco central.

Dimon minimiza riscos das stablecoins

Dimon também comentou sobre o crescente debate em torno das stablecoins, que passaram a estar sujeitas a novas regulamentações do Congresso em julho. Embora reconheça que o setor precisa de supervisão, ele disse que “não está particularmente preocupado” com a ameaça delas à estabilidade bancária.

“Sempre haverá pessoas que preferem dólares via stablecoin, especialmente fora dos EUA,”

ele observou, acrescentando que o JPMorgan já está envolvido na exploração da tecnologia. Ele também sugeriu a possibilidade de os bancos formarem um consórcio para lançar seu próprio token.

Grupos bancários, no entanto, continuam pressionando por regras mais rígidas, alertando que stablecoins que rendem juros podem minar os depósitos tradicionais e desestabilizar o sistema.